quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Sufocando o Grito

Um grave tom de ironia me exprimi,

contradigo a mim e contrario o mundo.

Este cego mundo a observar-me fixo.

Ou serei apenas eu que o sinto assim,

prepotência dos compulsivos.
...

Uma rouca cor de lucidez chama-me,

mas eu não vou, eu não quero, eu não.

Aquele silêncio do estrondo borbulhou.

Foi apenas um arrepio, ou talvez seja eu,

querendo mais uma vez negar os fatos.
....

Um negro calor de realidade me cala,

estou no vácuo do grito, da corrida.

Minha cabeça dói a lágrima deprimida.

O socorro não chega e o alambrado rachou;

"Serei eu quem caiu?"; delírio não é redenção.
...

Um grave tom de ironia me espreme,

para lembrar que o mundo continuou.

Este cego que me tornei, demente fixo.

Algo que ninguém sente não existe,

mas o que fazer com o que eu senti?

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